quinta-feira, 25 de setembro de 2014

QUARENTA ANOS DE LUZ

Jorrou luz da escuridão
portas trancadas, se abriram.
Por varinha de condão
ou lâmpada de Aladino,
cravos vermelhos surgiram
em cada mão de soldados
que em vez de balas, puseram,
em sua arma, esses cravos.
Portugal rejubilou
como se fosse um menino
a quem deram um brinquedo,
transformando em alegria
o que até aí fora medo.
Quarenta anos já passaram
sobre esse luminoso dia
em que quase por milagre
consumou-se um casamento
esperado há longo tempo
como um D. Sebastião.
O noivo se chamava
-Indómita Vontade –
A noiva, nome lindo:

_Liberdade-!

MEU SONHO DE POESIA




Meu sonho de poesia
Por entre as mão me fugia;
Agora que o agarrei
Não mais o libertarei.
Perseguiu –me vida fora
Escondido
Envergonhado
Correndo sempre o perigo
De num momento azarado
De descrença ou apatia
O mandar, de vez, embora.
Mas neste momento, agora
Está  -me no sangue, na pele
Tomou conta do meu eu,
A dúvida já morreu,
De que é meu tenho a certeza
Não mais o deixo fugir
Poesia está liberta
É hoje uma porta aberta;
Meus  medos ,de atrás, venceu!

SOLIDÃO

A solidão queima qual fogueira

queima, arde como lume aceso,

entranha -se no coração de tal maneira

que se torna para ele enorme peso!


Nem o coração mais forte fica ileso

se ela ataca mesmo que ligeira,

pois que no seu enredar se sente peso

e dela não se livra por mais que queira!


E mesmo querendo sentir -se livre o coração

desse sentimento coibitivo não se liberta

pois ele é lesador e sufocante.


E quando em nós se instala a solidão

MEU HORIZONTE



Meu horizonte
perde –se na bruma
ao longe se esfuma.
Não é um pôr de sol sobre o mar
ou nas montanhas em brasa
o olhar se perder
nem o aspirar  ao ouro ou ao poder.
Está longe e está perto
ora a céu aberto
ora em letargia.
Meu horizonte
não passa de mera utopia
pois é sem desplante
o sonho emanante

da minha poesia!