quinta-feira, 26 de novembro de 2009

LUTADORA

Aprendeste a aproveitar cada momento
que a vida te concedeu para vencer
e venceste!
não por compadrios, sujeição
ou mera sorte
mas só por merecimento forte!
Tinhas por lema honestidade,
perseverança,
trabalho
cumprir sempre o dever.
Venceste!
Cumpriste -te!
Realizaste -te!
Foste admirada e também injustiçada;
mas o amor e a amizade
dos que te conheciam
contigo conviviam,
companheiros de jornada
árdua por vezes,
outras serena e leve,
dos que valorizaram
a tua inteligência
tua nobreza de alma
tua dedicação,
foram-te sempre grande compensação!
E, passo a passo
segura, madura
a mente em cada dia enriquecida
levavas tua jornada de vencida.
Mas houve de repente um volte face
e tu que eras uma vencedora
e foras toda a vida lutadora
embora a lutar continuasses
não quebrasses
e te fizesses forte
perdeste irremediavelmente este combate
Só não venceste
porque ninguém vence a morte!
E todos sem excepção
que contigo privaram
e agora te choraram
sabem que um pouco empobreceram
porque te perderam
e que a ciência perdeu
uma mulher que a engrandeceu.
E esta mãe que sou eu
aquela que te gerou
por ti riu e chorou
se orgulhou e temeu
e o ego alimentou
em cada vitória tua
porque eras minha,
um bocado de mim
esta mãe agora angustiada
viveu esperançada
até ao último segundo
não querendo acreditar que deixaras de lutar.
Quando acordou para a realidade
sentiu -se mãe coragem
mãe inteira
com uma louca vontade
de deixar o mundo
e ir na tua esteira!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Abiul

Do teu passado fidalgo, ó Abiul
falam tuas ruinas brazonadas,
teus arcos, tuas pontes,
o resto dum palácio
adormecido sob o céu azul.
Mas que é feito de ti
que outrora foste
grande, imponente e bela?
Tu, onde os fidalgos
desciam garbosos
de sua rica sela
pra ir matar a sede às tuas fontes?
Adormeceste!
E desse teu passado
já quase nada resta
senão recordação.....
E vives num marasmo,
numa tal apatia
num calmo dia a dia,
que em ti o que hoje presta
é a altiva beleza,
é teu ar de nobreza,
tua paisagem impar,
que nos leva a te amar.
Mas do teu sono, da tua letargia
ano a ano acordas
e por magia te transformas
em movimento e côr
para manter a velha tradição
de que não abres mão
e há séculos são valor
- As tuas tão célebres touradas! -

Pombal

À sombra do teu castelo
tu tens crescido, Pombal,
és um burgo antigo e belo
de cunho tradicional.
Tens, do Cardal, o convento
magestoso monumento
de que podes t´orgulhar.
Tens a estátua do Marquês
e a cadeia que ele fez
museu, hoje, a visitar.
Tens a praça da Matriz
com seu ar senhorial;
do Relógio, a velha torre.
Tens ainda ruas estreitinhas,
algumas casas`vèlhinhas
que são legenda que diz
para quem a soubr ler,
que embora o progresso impere,
o teu aspecto se altere
e que mostres com vaidade
a tua modernidade
o teu moderno viver,
- o passado nunca morre! -